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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O Crescimento indiferente dos evangélicos!


“Como será o futuro do nosso país? Surge a pergunta no olhar e na alma do povo...” estas são palavras do cantor João Alexandre em sua musica “pra cima Brasil”. Sem duvida esta é a nossa pergunta também ao nos depararmos com tanta pobreza, corrupção, injustiça social, etc. O Brasil é um país lindo de um povo, apesar das inúmeras culturas diferentes, receptivo e alegre, mas que é conduzido por pessoas que não se importam com o povo, que são totalmente indiferentes aos reais problemas da sociedade, que constroem castelos com nosso dinheiro e enriquecem as nossas custas. Por mais que os governos no decorrer dos anos criem projetos políticos para melhorar a vida das pessoas, no Brasil ainda não se viu algo que pudesse impactar e fazer a diferença na nação. E porque não vimos nada que fez a diferença no Brasil?
O Brasil tem presenciado o crescimento da igreja evangélica, se nos anos 80 não chegávamos a 10 milhões, hoje estimasse quase 40 milhões de evangélicos na nação um crescimento muito significativo, pois hoje a igreja evangélica tem representantes em diversas áreas da sociedade. Não há duvidas do crescimento evangélico, os pastores usam os meios de comunicação e falam deste crescimento com muito orgulho, os evangélicos estão na política, na ciência e até nas novelas da rede globo. Mas todo este crescimento me faz repetir a pergunta que fiz acima: “porque não vimos nada fazer a diferença no Brasil?”
Parece-me que junto com o crescimento evangélico cresce também a fome, a pobreza, as injustiças sociais, os escândalos políticos, que em muitos casos evangélicos estão envolvidos, etc. Eu me pergunto até quando o crescimento evangélico no Brasil tem sido benéfico para a nação, qual a imagem que este crescimento esta trazendo a sociedade.
Quando olho para a Bíblia e para o que ela ensina sobre viver o cristianismo que Jesus viveu e ensinou não consigo enxergar o “sal da terra e luz do mundo” (Mt. 5:13-14) junto com esta igreja que tem crescido no Brasil. Jesus nos ensina a fazer a diferença sem indiferença onde quer que estejamos, Ele nos apresenta a viver uma vida contra-cultural que causa impacto na sociedade, que traz mudanças e que não esta indiferente aos problemas reais da nação. Onde Jesus passou houve mudança, as cidades onde ele pregou nunca mais foram as mesmas, as pessoas que ele alcançou tiveram mudança de vida porque Jesus não foi indiferente as pessoas que o cercavam. O cristianismo traz mudanças ele não é indiferente aos problemas da sociedade.
Me parece que a única mudança que existe com o crescimento da igreja evangélica é a mudança de religião. Agora somos evangélicos, mas continuamos indiferentes a pobreza dos outros. Somos evangélicos, mas não nos importa a corrupção política. Somos evangélicos, mas pagamos propina ao policial, fazemos “gato” de energia e água do vizinho. Somos quase 40 milhões de pessoas indiferentes a sociedade e como muito bem expressou meu amigo Jefferson somos “Crentes Homicidas”, pois em um Brasil com quase 40 milhões de evangélicos ainda existem cidades no interior nordestino e mais de 100 tribos indígenas sem a presença de nenhum.
Não quero ter “numerofobia” (medo dos números), pois é o meu desejo que a Palavra de Deus se propague e que os mais de 170 milhões de brasileiros, um povo tão sofrido conheçam aquele que pode dar refrigério as suas almas, Cristo Jesus. Mas de maneira alguma quer ter “numerolatria” (idolatria pelos números) e achar que o crescimento da igreja evangélica é uma “benção” para o Brasil. Quero ser ousado e dizer que se os milhões de evangélicos brasileiros não têm mudança de vida, não causam nenhum impacto, e são indiferentes a sociedade e aos problemas que nela existe este crescimento é inútil.
Não posso deixar de salientar o trabalho evangélico de impacto feito por uma minoria no Brasil. Conheço pessoas que realmente fazem a diferença na sociedade, igrejas que trabalham na recuperação de presidiários, drogados, etc. e quero fazer menção do projeto “Cidade Viva” organizado pela Igreja Batista do Bessa em João Pessoa-PB onde o Pastor Sergio Queiroz desenvolve este trabalho com amor e dedicação. Fico feliz e triste ao mesmo tempo pois sei que existe muito a se fazer ainda.
É preciso e urgente nos voltarmos para a Palavra de Deus, aprendermos a viver um cristianismo pratico onde as pessoas da nossa sociedade possam ver Cristo sendo refletido em nossas vidas não apenas por causa da nomenclatura de evangélicos, mas por termos uma conduta de vida que faz a diferença como diz a musica da banda de rock Oficina G3 “o amor gera atitude comece a agir deixa de falar só com palavras não se pode mudar”. É o meu desejo que possamos olhar mais para nossa nação, entender que os problemas existentes nela são nossos problemas também e fazermos a diferença seguindo o conselho do mestre Jesus quando disse: “Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem o Pai de vocês, que esta nos céus” (Mt. 5:16).

No amor daquele que me chamou para fazer a diferença sem indiferença, Cristo Jesus.
Edvaldo C.S. Filho

sábado, 3 de outubro de 2009

"Não andeis ansiosos pela vossa vida" (Jesus)



Vivemos um contexto histórico muito preocupante, em que somos bombardeados a todo instante pela mídia televisiva, nos nossos rádios, em nossas ruas com seus outdoors, enfim, a todo momento desde que acordamos e vamos ao trabalho, à escola, até quando chegamos em casa e ligamos nossa televisão, somos bombardeados pelo espírito consumista das propagandas que dão a receita mágica para a felicidade, através da compra de um produto, que inculcam em nossas crianças, em nossos jovens, enfim, em todos nós, que para sermos felizes precisamos “ter”, “possuir”, “comprar”. No meio “evangélico” não é muito diferente, o conteúdo das músicas de muitos dos nossos atuais cantores, cobram, exigem, encostam Deus na parede (até fica difícil identificar quem é o senhor de quem), determinam prosperidade, músicas que tentam negociar com Deus, tentam lembrá-lo do que Ele prometeu. Vivemos uma situação que tanto nas religiões como no nosso sistema econômico, nos levam a viver uma vida ansiosa, preocupada, preocupada com o amanhã, preocupada se estar ou não na moda, se tem ou não o melhor celular, o mais atualizado, e tudo isso provoca ansiedade, medo do futuro, que passamos pela vida, sem vivê-la, passamos pela vida sem percebê-la.
Jesus nos orienta em Mateus 6.25 a não andarmos ansiosos pela nossa vida, e ele cita uma ansiedade muito comum, a ansiedade pelo alimento, quantos de nós, já não vimos nossos pais preocupados demasiadamente com a alimentação futura, angustiados, impacientes, às vezes porque não tem, outras vezes porque não pode deixar faltar (não estou dizendo que não devam se preocupar de modo que venham a viverem relaxadamente), geralmente se matam de trabalhar, matam o tempo com a família, com os filhos, sempre preocupados em acumular, e deixam a vida passar sem vivê-la, sem aproveitar momentos de amor, carinho, amizade, comunhão com Deus.
Os jovens, ah os jovens! Quanta ansiedade pelo vestir, bombardeados pela nossa sociedade consumista, que valorizam as pessoas pelo que elas possuem, que dita o que você é, pelo que você tem, veste. Nós jovens, vítimas desse sistema perverso, que provoca angústias, ansiedades, depressão. O jovem porque não tem aquele tênis Nike, o Mp15, a camisa da moda, um automóvel. As jovens, vítimas de uma ditadura da beleza, roupas, sapatos, brincos, colares, maquiagem, chapinhas, cabelos de tal jeito, tudo que esteja de acordo com as tendências, o peso ideal, o físico ideal, as levando a um abismo perigoso, da depressão, da bulimia, do consumismo. E tudo isso depende de uma única coisa: do modo como enxergamos a vida. Se você observar Mateus 6.22, Jesus diz que são os olhos a lâmpada do corpo, e logo após ele diz: “por isso, vos digo não andeis ansiosos pela vossa vida [...]”, observe que em Mateus 6.26, Jesus nos convida a parar pra pensar, a parar pra observar, refletir, e ele diz “observai as aves do céu, não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros, contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valei vós muito mais que as aves?”. Simples pássaros, aves tão frágeis, irracionais, mas que Deus cuida, dependem dEle pra viverem. Jesus nos convida no versículo 28 do mesmo capítulo a parar e refletir sobre os lírios dos campos que são tão passageiros, mas que mesmo assim recebem a atenção, o cuidado de Deus.
Jesus nos convida a olhar para a vida de uma maneira diferente, nos convida a buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça e todas essas coisas serão acrescentadas. E o que é buscar o reino de Deus e a sua justiça? Certa vez Jesus disse que o Reino de Deus estava dentro de nós, e o reino de Deus consiste na dominação de Deus em nossas vidas, o propósito de Deus sendo cumprido em nós; buscamos o reino de Deus e sua justiça, através da comunhão com Ele, da renovação de nossas mentes, transformadas pelo evangelho, que vai além da justiça dos escribas e fariseus, uma justiça interior, um modo diferente de ver a vida, mudança de visão, de pensamento, de ações.
Jesus nos diz que ao buscarmos em primeiro lugar o seu reino e sua justiça, todas aquelas coisas pelo que ansiávamos, seguindo o texto: comida, bebida, vestes, nos seriam acrescentadas. Deus irá suprir nossas necessidades, mas não usemos desse versículo para cobrar uma vida materialista abundante, porque se fora isso que Jesus estivesse oferecendo, Ele estaria se contradizendo, pois nos versículos anteriores, ele recomendava aos seus discípulos a não acumularem tesouros na terra, pois onde estivesse o nosso tesouro estaria também o nosso coração, Jesus nos ensina a viver uma vida de simplicidade, se acumulássemos tesouros, ficaríamos preocupados com nosso tesouro, daríamos toda a nossa atenção a ele e mais uma vez deixaríamos a vida passar por nós, deixaríamos as coisas importantes de lado.
Aprendemos com Jesus que tanto uma vida de abundancia com de escassez, pode desviar nossa atenção do que realmente importa: o reino de Deus e sua justiça. O reinado de Deus em nossa vida, dever ser de tal maneira, que o Senhor possa dirigir nossos pensamentos e atitudes, que os princípios da palavra de Deus possam guiar as nossas atitudes, que a ansiedade que perturba nossas vidas, possa dá lugar a confiança em Deus, a dependência a Deus. Quando Jesus nos convida a olhar as aves e os lírios, e nos confronta com a pergunta, não valeis vós muito mais do que elas? Ele está nos ensinando a confiar, a depender.
O apóstolo Paulo na carta que escreve a igreja de Filipos, quando estava preso, exorta os filipenses a não andarem ansiosos por coisa alguma, e os recomenda que orem que coloquem diante de Deus suas petições, que a ansiedade dará lugar a paz que excede todo entendimento, guardando suas mentes e corações, nos versículos posteriores observamos que Paulo sabia do que estava falando, pois havia passado por situações que com certeza traria ansiedade a qualquer coração.
Por isso, aprendamos com a palavra de Deus, não podemos confiar em nossa própria força e capacidade, mas dependamos de Deus. Que as ansiedades que nos rodeiam, que provocam medos, frustações, sentimento de incapacidade, possam ser bloqueadas pela confiança no cuidado de Deus. Andamos ansiosos pela roupa que vestiremos no domingo a noite? No culto festivo? Muitas vezes chegamos a dizer que não iremos se não tivermos roupas novas, será que estamos esquecendo do que realmente importa? Vejamos a vida com outros olhos, não segundo o padrão desse mundo, mas que possamos ser transformados pela renovação da nossa mente. Olhemos para a vida pelas lentes dos princípios bíblicos.
Ansiosos pelo vestibular, pelo emprego, por uma namorada, namorado, pelo casamento, pela comida, pelas veste? Um conselho: quando estiver assim ansioso, aflito, preocupado com todas essas coisas, em vez de ficar parado pensando, conversando e fazendo amizade com a ansiedade, pare sim, mas para orar, colocar diante de Deus, através da oração, da comunhão com Ele, dê lugar à confiança. Porque “quanto mais confiança depositamos em Deus, tanto menos vulneráveis seremos as ansiedades da vida” (QUEIROZ,2006, p.179).
No amor de Cristo Jesus.
Elaine Rocha


[Texto escrito por Elaine Rocha estudante de Serviço Social da UEPB]