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sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Mística Religiosa Evangélica






Como é interessante a necessidade espiritual do ser humano. Na historia humana a religião sempre foi uma busca constante do homem, a idéia da existência de Deus faz parte do ser humano, que por sua vez não conhece o Deus verdadeiro e precisa personificar Deus através de objetos.
Sem duvida alguma a principal necessidade do ser humano é o vazio que só Deus preenche. Mas existe uma grande questão, a forma como as pessoas buscam e conhecem a Deus. O ser humano tenta as mais diversas formas de ritual para poder preencher suas necessidades espirituais, e o incontável numero de religiões espalhadas no mundo, com seus mantras e rituais místicos, é uma prova disso.
O crescimento evangélico no Brasil é acompanhado de uma total falta de racionalidade por uma boa parte da igreja brasileira. É lamentável que o povo seguidor de um livro tão rico em conteúdo, a Bíblia, seja tão ignorante quando se trata das questões básicas da fé.
Por mais que nós evangélicos critiquemos os conceitos, dogmas e rituais das inúmeras religiões nós mesmos temos praticas semelhantes, fazemos rituais tão místicos quanto às meditações budistas, as orações mulçumanas ou as rezas pelas almas do purgatório feitas pelos católicos.
Os evangélicos se esquecem da Bíblia e preferem aderir rituais místicos que chamam de espiritual. O que é visivelmente demonstrado no meio evangélico são verdadeiros “mantras gospel”, repetições exageradas de uma frase ou uma palavra. Quem nunca ouviu alguém pedir para se repetir varias vezes a frase: “eu sou mais que vencedor” ou “a vitória é minha”. É muito comum também vermos as exageradas campanhas que as igrejas evangélicas promovem tais como; demarcar território, dar sete voltas em torno do bem almejado, etc., estes são rituais parecidos com as praticas místicas das religiões afro-brasileiras.
Outra forma mística de ensino no meio evangélico são os votos, orações e jejuns que os fieis fazem para “Deus”. Existem igrejas que ensinam sobre vários tipos de jejuns. Conheço casos de pessoas que foram ensinadas a fazerem jejum dos sentidos, ficarem um tempo sem enxergar, ouvir, falar, etc., também existe mulheres que fazem jejum de vaidade, onde não utilizam maquiagem, não cuidam dos cabelos, etc.. Estes votos e jejuns são semelhantes aos que as mães de santo fazem no Candomblé, onde elas se abstêm das suas vaidades materiais para fazer oferendas aos seus espíritos guias.
Diversos outros assuntos da fé evangélica, tais como: batalha espiritual, cura divina, dons do Espírito, Jejum, etc. são tratados e usados na igreja evangélica com a mística religiosa pagã e não como uma verdadeira espiritualidade cristã.
Ao refletirmos sobre a espiritualidade cristã não vamos encontrar nada destas coisas. Se olharmos a vida de Jesus não iremos vê-lo ensinando nada aos discípulos destas praticas presentes no meio evangélico atual.
Enquanto as orações e ministrações dos cantores e pregadores são verdadeiros “mantras gospel” que exigem inconstantes repetições, Jesus nos ensina a não ficar repetindo a mesma coisa (Mateus 6:7). As campanhas das igrejas evangélicas, que mais servem para extorquir dinheiro do povo, não são doutrinas encontradas na Bíblia, nunca foram ensinadas por Jesus nem os apóstolos. Os votos e jejuns ensinados nesta mística religiosa evangélica são votos de tolos. Ao ensinar sobre o jejum a única recomendação dada por Jesus foi a de jejuar e não aparentar que se esta jejuando (Mateus 6:16-18), pois o jejum é voluntario não pode ser imposto a ninguém, mas diferente do que Jesus ensinou estes votos e jejuns são usados como doutrina ao povo. Dons, cura divina. Batalha espiritual são ensinados na Bíblia de forma simples e racional, não através de rituais que mais se assemelham com a mística dos rituais religiosos.
Precisamos observar bem os valores da nossa fé e entender que a vida cristã é, sim, uma vida espiritual, mas esta espiritualidade esta distante de ser esta mística religiosa ensinada em boa parte da igreja evangélica.
Enquanto nós evangélicos estamos preocupados com votos, jejuns e campanhas místicas e sem ensinamento bíblico, na sociedade brasileira aumentam os crimes, a corrupção política e infelizmente os escândalos da igreja cristã, feitos muitas vezes por pessoas que ensinam estas heresias. A nossa mística religiosa evangélica só satisfaz a nós mesmo, pois a busca incansável do homem para suprir suas necessidades espirituais continua, e o homem sem Cristo ainda esta buscando Deus através do misticismo das religiões, mas nós evangélicos nada podemos fazer, pois o nosso conteúdo é o mesmo que os das religiões, místico mas não espiritual.
Que a nossa vida cristã seja externada numa conduta diária irrepreensível, de acordo com os princípios de Cristo e que a mística religiosa dê lugar à verdadeira espiritualidade cristã.


No amor daquele que me chamou a viver uma vida espiritual, Cristo Jesus
Edvaldo C.S Filho

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Ditadura Evangélica




Um dos maiores eventos da história brasileira foi o período da Ditadura Militar que existiu oficialmente entre 1964 a 1985 . Na Ditadura Militar foi proibido o livre pensamento, as pessoas que expressavam opiniões contrárias eram presas, expulsas do país ou até mortas. Neste período muitos tiveram que se calar sem fazer nenhuma oposição para não perder seus direitos. As igrejas cristãs (protestantes e católicos) calaram-se e se omitiram ao invés de lutar pelos direitos das pessoas.
Na Ditadura Militar existiram, também, muitos que lutaram pelos seus direitos, que fizeram oposição, alguns morreram, outros foram presos e exilados, mas muitos viram o resultado do seu trabalho, o fim da Ditadura.
Parece que a igreja evangélica herdou alguns princípios da Ditadura Militar. Nossos líderes regem todos os nossos passos. O livre pensamento é proibido nas igrejas evangélicas, e o povo sem direito de pensar “balança a cabeça” para tudo que ouve.
Os líderes evangélicos omitem textos da Bíblia Sagrada que ensinam sobre o sacerdócio universal de todos os crentes. Nós somos evangélicos mas temos uma alma católica, pois acreditamos que necessitamos de sacerdotes para nos achegarmos a Deus.
Não se pode pensar nem se que discordar de nossos líderes que somos tachados de rebeldes. Na igreja evangélica foi perdido o direito de pensar (se é que um dia nos foi dado), nossos líderes evangélicos se acham tão perfeitos que não conseguem ouvir uma opinião contrária. Dificilmente vemos um líder evangélico pedir perdão por algum erro que cometeu. Sei de caso de pessoas que ao discordarem do pastor foram tidas como usadas pelo diabo. A nossa mentalidade é fechada, não gostamos de pensar, preferimos que as pessoas pensem por nós.
Ao olharmos para a vida de Jesus encontramos o Senhor levando as pessoas a refletirem sobre a vida, principalmente sobre os princípios de Deus. Os fariseus, que sempre colocavam sua tradição acima de tudo, faziam com que as pessoas, no tempo de Jesus, levassem fardos que nem eles mesmos poderiam carregar.
O ensino de Jesus ia de encontro ao dos religiosos de sua época. Jesus não obrigava as pessoas a fazerem algo, Ele ensinava, ouvia as pessoas e lhes falava as verdades acerca do Reino de Deus. Jesus sim é o verdadeiro exemplo de humildade em sua liderança.
A Ditadura Militar acabou mas uma essência dela esta presente no cenário religioso das nossas igrejas evangélicas. Naquele período os “rebeldes” sofreram muitas conseqüências, hoje, na igreja evangélica, discordar de um líder é colocar a “cabeça a prêmio”. Se na Ditadura Militar muitos foram presos, exilados e até mortos, na igreja evangélica, discordar de um líder pode causar exclusão, ser tachado como “não espiritual”, “rebelde” ou até expulsão da igreja. A Ditadura Evangélica perdura no seio da igreja.
O livre pensamento precisa fazer parte de nosso meio evangélico. Discordar de um líder não quer dizer rebelar-se contra ele, mas da uma opinião que pode ser somada para o Reino de Deus, a edificação dos cristãos e a glória de Deus.
É importante que a mente de Cristo possa ser a mente da igreja e que na comunidade cristã possamos aprender uns com os outros. Faço questão de afirmar que devemos ter o respeito, que a Bíblia nos ensina a ter, pelos nossos líderes, sabendo que Deus os colocou ali para serem exemplos pra nós (Hb. 13:7). Mas que os líderes evangélicos estejam dispostos a humildemente aprenderem com as pessoas, sabendo que na igreja Deus distribuiu diversos dons para “preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado” (Ef. 4:12). A igreja evangélica está necessitando de uma liderança mais humilde.
Não estamos mais sob o jugo da Ditadura por isso devemos pensar, ouvir e expressar opiniões usando a cada dia os dons que Deus nos deu com a consciência que Jesus morreu para tirar nossos pecados, não nossa inteligência.

No amor daquele que me libertou para poder pensar, Cristo Jesus
Edvaldo C.S. Filho

sábado, 8 de agosto de 2009

A Religião Evangélica




É incontável o númeo de religiões existentes no mundo, tantos as religiões antigas quantos as religiões contemporâneas tentam suprir na vida do ser humano a necessidade de se ter um deus, ou talvez seja o ser humano por ter uma necessidade de um deus que procure ou até crie sua própria religião.
Nas religiões existem seus conceitos e dogmas que geralmente ditam o rumo que as pessoas têm que tomar, as religiões fecham a mente do ser humano os impedindo de pensar, na religião alguém dita às regras, seus padrões éticos são baseados em ensinos de homens que se intitulam líderes do povo, mas na maioria das vezes não estão preocupados com ninguém a não ser consigo mesmo.
Por mais que digam “não” nós evangélicos também fazemos parte de um sistema religioso que ganha destaque no cenário mundial. A religião “evangélica”, ou melhor a religião que os evangélicos vivem na prática faz parte de um sistema religioso não tão diferente do catolicismo, espiritismo, budismo, islamismo ou qualquer outra religião.
Os conceitos religiosos dos líderes evangélicos é que rege o pobre povo que por sua vez por tendo “temor” a Deus aceitam de bom grado balançando sua cabeça positivamente para tudo que é dito sem ao menos questionar se o que estão fazendo está de acordo com os ensinos de Cristo. E que bom seria se os ensinos de Cristo fizessem parte desta religião.
Jesus não fundou uma religião, ele não se conformou com o sistema religioso hipócrita que regia o povo judeu. Jesus confrontou o sistema religioso que oprimia e exigia atitudes do povo que os líderes não poderiam cumprir. E a resposta de Jesus a este sistema foi um estilo de vida diferente de tudo que se, viu uma vida onde tanto pobres, ricos, judeus, gentios, negros, brancos, doutores ou leigos poderiam se relacionar com Deus.
Na teoria a religião evangélica ensina tudo isso, mas a prática da maioria das igrejas evangélicas é totalmente contrária aos ensinos de Cristo. Jesus em seu sermão chamado sermão da montanha (Mt. 5-7), inicia falando que seriam mais que felizes os pobres de espírito, ou seja alguém que reconhece suas condições e vê que se achegar a Deus esta longe dos seus esforços humanos. A religião evangélica ensina totalmente ao contrário as pessoas ensinam que para ser mais que feliz é preciso exigir de Deus, decretar dá dizimo e ofertas.
Jesus ainda ensinou sobre o amor ao próximo, ele disse que não deveríamos nos irar contra o próximo (Mt. 5:22), porém vemos hoje as inúmeras denominações evangélicas fruto de “rachas” e brigas entras os “irmãos”. Conheço igrejas que se dividiram por questões da política da cidade, pois parte dos irmãos apoiavam o partido “X” e outra parte o partido “y”, sem contar os líderes evangélicos que usam os púlpitos de suas igrejas para fazerem campanhas políticas exigindo do povo que votem nos seus candidatos. Isso faz parte da religião evangélica que está longe de ser parecida com a vida de Cristo.
As igrejas evangélicas ainda buscam hoje suas identidades, os seus credos, estatutos tentam buscar uma igualdade que Jesus nunca cobrou de ninguém. Na religião evangélica algumas igrejas cobram que seus líderes usem a mesma voz ao falar, outras exigem ainda que para se tornar líder é preciso ter um padrão de acordo com seus credos e estatutos e não estão preocupados com o que Cristo exige do líder. Jesus escolheu doze apóstolos de personalidades totalmente diferentes, alguns pescadores, um cobrador de imposto, etc., pessoas com estilos de vida diferentes. Jesus conviveu com eles e o caráter deles foi mudado, mas Cristo nunca exigiu que eles falassem com a mesma voz, ou que todos para serem apóstolos tivessem que externar algum “dom” ou até mesmo se vestirem de forma diferente das pessoas. Na religião evangélica existe um padrão para se tornar líder em alguns casos não é preciso ser honesto, hospitaleiro, apto para ensinar, que governa bem sua casa e todas as outras qualidades do pastor descritas pelo grande apóstolo Paulo (I Tm. 3), basta ele ser “batizado no Espírito Santo” e falar em línguas estranhas que ele se torna apto para ser um líder desta religião, para alguns desta religião se a pessoa tiver desenvoltura ou for um bom administrador já está apto. Ao chamar os doze Jesus se preocupou em mudar o caráter deles, fazer que seus apóstolos se tornassem homens dignos do ministério Cristão, pessoas que amavam o povo que não exigiam dinheiro das pessoas, que julgavam com imparcialidades os problemas existentes na comunidade cristã. Jesus também ensinou acerca disso mostrou com sua vida que a disciplina do Senhor seria para restaurar o homem, ele fez isso com a mulher adúltera, e com o próprio Pedro ao negá-lo, Jesus restaurou estas pessoas através da disciplina. A religião evangélica faz ao contrário, existem líderes que disciplinam por tudo baseados em seu próprio conceitos e sem nenhuma preocupação de restauração. É comum hoje ao disciplinar alguém o líder afastar a pessoas de suas ocupações por um tempo que eles mesmo determinam, ou até mesmo não deixar esta pessoa participar da ceia do Senhor, ou seja, a disciplina na religião evangélica não é para restaurar a pessoa, mas para afastá-la ainda mais da comunhão com a comunidade cristã.
O relacionamento com o indivíduo parece não existir neste sistema religioso. As pessoas hoje se relacionam com os cargos eclesiásticos que ocupam. A comunidade cristã deveria ser o único lugar onde tanto o doutor quanto o gari tem a mesma importância, mas a religião evangélica faz ao contrário, as pessoas com dízimos e ofertas maiores tem privilégios especiais. Já presenciei em uma reunião religiosa evangélica os políticos da cidade tomando lugar de “honra” no local de reunião, e as pessoas “sem importância” ficando em lugares extremamente desconfortáveis. Hoje as pessoas se relacionam com o pastor, o presbítero, o diácono, o tesoureiro, etc., mas não com o indivíduo que está atrás de seus cargos. Certa vez um jovem professor de uma EBD recebeu em sua turma os filhos de um líder respeitado na sua comunidade e lhe foi pedido para tratá-los diferente, nesta mesma ocasião uma jovem estava visitando a aula naquele dia e ninguém se preocupou nem em saber qual era o seu nome.
Jesus é o grande exemplo de relacionamento com todas as classes de pessoas. O Mestre não se importava com os cargos eclesiásticos ou posições sociais que as pessoas tinham, ele tanto jantou com fariseus (Lc. 14) como andou com mendigos, publicanos, prostitutas, etc., Ele relacionava-se com o ser humano e não com as posições deles. Jesus fez totalmente contrário ao que é feito nesta religião evangélica, Ele amou as pessoas sem se importar quem era a pessoa.
Jesus também ensinou que o culto a Deus não é mais uma obrigação religiosa como faziam os fariseus na sua época, ensinou que o dízimo requerido no Antigo Testamento deveria não apenas ser uma obrigação de se dar 10% do que se ganha, mas uma oferta voluntária vinda do desejo de se contribuir para a obra de Deus. As pessoas freqüentam as igrejas para cumprir uma obrigação religiosa, acham que por darem (e quando dão) 10% do seu salários estão isentas de suas obrigações. Existem igrejas que faz até termos de compromisso para os seus membros assinarem, comprometendo-os a serem participantes do culto caso contrário serão excluídos do rol de membros, ou seja, vivem na prática uma verdadeira religiosidade.
Em muitas comunidades o nepotismo está presente, e a família dos líderes tem privilégios que os outros membros da comunidade não tem. Bem diferente de Jesus que afirmou que sua mãe e irmãos seriam aqueles que fizessem sua vontade, os líderes na religião evangélica consagram seus parentes sem se importar com o ministério e o chamado de Deus.
Enfim na religião somos impedidos de pensar, os nossos líderes é quem determinam o que devemos fazer. Eles afastam aqueles que pensam ao contrário deles. Conheço casos de pessoas que foram afastadas de suas atividades na igreja por discordarem de questões irrelevantes e que não concernem à doutrina da Bíblia.
Jesus está acima de qualquer religião ou conceito religioso. Ele não veio fundar uma religião ele veio mostrar a humanidade o caminho da salvação (Jo. 8:32) que é externado, não por conceitos criados por homens, mas por uma conduta diária de vida baseada em sua própria vida.
O meu apelo e a minha oração é que nós evangélicos não façamos do cristianismo mais uma religião, mas um estilo de vida de acordo com a vida de Cristo.


No amor daquele que me libertou da religiosidade, Cristo Jesus

Edvaldo C.S. Filho